quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

PARA FAZER JUSTIÇA


O nome científico do bicho é orcinus orca, mede de sete a oito metros e meio de comprimento e pesa de cinco a oito toneladas. Esses soberbos mamíferos marinhos são conhecidos popularmente por Baleias assassinas, nome duplamente incorreto, injusto e que carrega forte carga de preconceito. Para começar não são baleias. São membros maiores da família dos golfinhos, ou delphinidae, e, apesar do tamanho, são mais aparentadas ao golfinho nariz de garrafa do que de qualquer das baleias maiores. O termo assassinas deve-se, quase certamente, ao seu hábito alimentar que, ao contrário das baleias verdadeiras, comedoras de Krill e de peixes miúdos como sardinhas e arenques, as orcas alimentam-se de peixes de quaisquer portes, tartarugas, polvos e animais de sangue quente como lontras, golfinhos, toninhas, focas, leões marinhos, morsas, pinguins e até grandes baleias. Não há registro que seres humanos tenham sido, alguma vez, molestados, atacados, mordidos ou comidos por esses mamíferos. São animais extremamente inteligentes e, surpreendentemente, vivem mais de sessenta anos em praticamente em todos os oceanos e mares do planeta, podendo ser encontrados na Antártida, no Ártico, em águas tropicais dos oceanos Atlântico, Pacífico, Índico e até no Mediterrâneo. Segundo Lance Barret-Lennard, biólogo da Universidade da Colúmbia Britânica que fez um extenso estudo do DNA das orcas, existem duas, senão espécies, pelo menos variedades desses cetáceos. Grupos chamados residentes jamais se afastam de seus sítios de nascimento, reprodução e alimentação, vivem nos fiordes do Alaska, nas águas geladas da Patagônia, nas Aleutas ou nas costas da Nova Zelândia, por exemplo. Já as orcas transientes, verdadeira nômades dos oceanos, se deslocam ao longo de milhares de quilômetros, aparecendo às vezes, na Antártida num período e no Mar de Bering em outro. Essas variedades, além de possuírem hábitos de vida totalmente diferentes, também têm aparências distintas, as residentes têm barbatana dorsal menor e com contorno suave, arredondado, enquanto nas nômades é grande e pontuda, a barbatana dorsal. Entretanto, ambas as variedades apresentam manchas brancas num fundo preto que não se repetem, são com impressões digitais, uma orca é sempre diferente da outra. Observações mais acuradas demonstram que essas variedades ou espécies diferentes não se intercruzam e, quando se encontram por acaso, se ignoram, é como umas não existissem para as outras. São animais de culturas diferentes que nada sabem dizer uns aos outros. Sua organização social aparenta ser matriarcal, isto é, vivem em grupos familiares compostos de uma fêmea alfa acompanhada de parentes em primeiro e segundo graus, como filhos e filhas, sobrinhos e sobrinhas, irmãos e irmãs. Há indícios que machos jovens e sexualmente ativos de um grupo, eventualmente costumam dar uma “escapadinha”, isto é, se deslocam para outros grupos onde se acasalam com fêmeas de constituição genética não aparentada, depois retornam ao seio de seu grupo onde continuam vivendo com a mãe, são uma espécie de filhinhos da mamãe por toda vida. Quanto à comunicação, embora exista uma espécie de “linguagem comum” de estalidos, guinchos, rosnados e roncos, tão severos são os laços de família que cada grupo desenvolveu seu dialeto próprio – variações específicas na linguagem, suficientemente distintas para permitir aos pesquisadores à escuta identificar uma família sem jamais pôr os olhos nos animais. Acredita-se que a diferença de dialetos serve para impedir cruzamentos consangüíneos, sendo que o macho procura fêmeas de sotaques diferentes do seu para acasalar. Ainda que esta magnífica habitante dos mares tenha organização social reconhecível e estável; inteligência acima de muitas espécies de mamíferos terrestres; linguagem ampla, elaborada e complexa; laços familiares que se traduzem em proteção à prole; docilidade á convivência com os primatas humanos, como provam os parques aquáticos com suas orcas amestradas e o filme “Free Willy”,e, mais importante, nenhuma agressividade ou ameaça para a vidas dos seres humanos, o homem a qualifica de assassina. É uma injustiça clamorosa, mesmo porque, quem prejudica o animal é o homem, e não o contrário. Então, o que leva o bicho-homem a rotular de assassinos esses belos animais que navegam a mais de cem milhões anos pelo mares e, se não forem dizimados, ainda o farão por outros tantos milhões? Simples! Inveja, mesquinha e rasteira inveja! o ser humano, como espécie, sente, através do inconsciente coletivo, inveja atávica de um mamífero tão bem sucedido! Para se fazer justiça há que se reconhecer e nominar as orcas pelo que elas são: mamíferos marinhos carnívoros que vivem com o que a natureza lhes proveu, seu instinto de caça e sua capacidade de organização para capturar o alimento. Na verdade, se quisermos, rigorosamente, nominar um assassino, este é o homem, esse onívoro imbecil e predador que não se contenta em matar apenas para se alimentar, mata por esporte, por auto-afirmação ou por maldade. Este sim, um verdadeiro baleio assassino. JAIR, Floripa, 29/01/09.

domingo, 25 de janeiro de 2009

GUANTÁNAMO E OS CHIPS


Como primeiro ato de governo, BARACK OBAMA determinou o fechamento da base de Guantánamo em Cuba, no prazo de um ano. O que tem de importante esse enclave americano em terras, hoje tão hostis? E em que o fechamento da base Naval vai afetar o status dos prisioneiros iraquianos? Vejamos a história. Em 1898, depois do bastante estranho afundamento do navio de guerra americano USS Maine, no dia 15 de fevereiro, enquanto encontrava-se fundeado em Havana, os EUA declararam guerra à Espanha alegando que o navio fora sabotado pelos espanhóis. O conflito iniciou em abril de 1898, sob forma de um ultimatum americano que exigia a renúncia por parte da Espanha, à soberania de Cuba. Como consequência da guerra entre os dois países, os EUA ganharam o controle de Cuba, Porto Rico, Guam (ilha do Pacífico Ocidental) e Filipinas, antes colônias espanholas. Porque nunca foi provado que o Maine tenha sido sabotado por quem quer que fosse, ficou mais ou menos evidente que o interesse americano era tão somente obter o controle das terras cubanas por motivos estratégicos, geográficos e outros inconfessáveis, tendo usado o afundamento do navio como pretexto para seus propósitos. Cuba tornou-se protetorado americano e foi obrigada a incluir em sua constituição a Emenda Platt, que dava direito de intervenção por parte dos EUA e também permitia a instalação de uma base naval na Baia de Guantánamo, mediante o pagamento de US$ 4085,00 por ano. Na Baia de Guantánamo existe uma ilha de 5 Km² chamada Navassa, parte da base Naval, onde fica situada a prisão que detém os prisioneiros iraquianos. Pois bem, devido à situação geográfica e jurídica da base de Guantánamo inexiste instrumento ou convenção internacional capaz de fiscalizar o que lá acontece, por isso, os presos encontram-se numa espécie de limbo existencial onde lhes são negados os mais elementares direitos instituídos pela Convenção Genebra, como o direito a um advogado, por exemplo. É essa esdruxularia que causa indignação no mundo civilizado e grita da imprensa engajada principalmente porque, oriunda de um país considerado campeão dos direitos humanos. E agora José? Ao ser extinta a base de Guantánamo os americanos perdem o controle sobre seus presos? A resposta é, NÃO! Quando da chegada dos iraquianos, muitos deles apresentavam, devido aos combates dos quais tinham participado, ferimentos os mais diversos, principalmente ossos dilacerados por projéteis e fragmentos de granadas nos tecidos e órgãos. A esses prisioneiros foi oferecida a melhor assistência médica que se pode esperar de uma medicina de primeiro mundo, juntamente com tratamentos odontológicos os mais sofisticados; nenhum iraquiano preso deixou de passar pelas mesas de cirurgia e pelos consultórios dentários. Excelentes médicos cirurgiões, ortopedistas e odontologistas secretamente treinados por órgãos do governo como a CIA, naturalmente. Magnanimidade dos militares americanos oferecer essas benesses aos iraquianos? Nem um pouco! A verdade é que desde a entrada dos prisioneiros em Navassa, existia um plano secreto de monitorá-los através de chips. Como sabemos, chip é um dispositivo eletrônico, que às vezes é quase microscópico, mas que possui milhões de circuitos integrados onde podem ser armazenadas milhares de informações. Esses dispositivos, criados em 1958 por Jack Kilby, ganhador do premio Nobel em 2000, foram aperfeiçoados e tornados cada vez menores desde sua criação de forma que hoje são empregados, - além de suas funções normais em telefones, videogames, computadores e eletrodomésticos – em identificação de animais domésticos como cães e gatos, até em bichos selvagens por conservacionistas e zoólogos, que “chipam” os animais para conhecer seus hábitos de vida, seus habitats e suas formas de reprodução. Pois é, todos os prisioneiros passaram por procedimentos cirúrgicos e odontológicos que possibilitaram a inclusão, bastante simples até, de chips especialmente concebidos para monitorá-los pelo resto de seus dias, a menos que amputem ou extirpem membros, órgãos, ossos ou dentes chipados. As intervenções odontológicas e cirúrgicas visavam, além de corrigir ou curar ferimentos, introduzir os ditos chips nas restaurações dentárias, nas próteses, implantes e enxertos ósseos. Essas inclusões tornam-se invisíveis aos métodos normais de raios X, ultrassonografia e ressonância magnética graças ao que a ciência chama de identificação de interface que, grosso modo, é o emprego de materiais de mesma densidade, textura e aspecto do osso ou dente que vai sofrer implante ou enxerto, materiais que são assimilados sem deixar traços marcantes. Isto significa que, ao fazer raio X de um maxilar reconstruído por exemplo, vai aparecer somente que ali existe uma restauração, um calo ósseo, nunca um chip. Contudo, esses dispositivos podem ser identificados e monitorados a partir de aparelhos especiais já instalados em leitores de raios X de aeroportos, desembarques oceânicos e terrestres e entradas de repartições, instituições e órgãos governamentais ou não, sensíveis ou importantes como a ONU, ou Congresso americano por exemplo, de quaisquer capitais ou principais cidades do planeta. O indivíduo chipado, ao entrar em qualquer país da Europa, Oceania, Américas, Ásia e alguns da África é, imediatamente identificado, independente se tenha ou não feito plástica, mudado as características físicas, falsificado passaporte ou se disfarçado. Uma vez identificado, seu paradeiro é comunicado a CIA que toma “providências” no sentido de segui-lo e, se necessário, prendê-lo ou até eliminá-lo em um acidente perfeitamente verossímil. Assim, quem pensa que os militares americanos estão preocupados com o fechamento de sua base naval em Guantánamo, está enganado, não fará a menor diferença com relação aos prisioneiros iraquianos, pois estes estão, como se diz nas casernas, na “alça de mira” dos americanos pelo resto de suas vidas. Para a CIA são como faróis luminosos anunciando sua chegada onde quer que se encontrem. JAIR. Floripa, 25/01/09.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A ELEIÇÃO DE OBAMA


"O que é bom para os Estados Unidos é bom para o mundo”, nunca uma sentença teve tanta razão de existir nem criou tão robustas esperanças nos corações e mentes de tanta gente no planeta. Mais que eleger um cidadão negro, os eleitores americanos, num admirável e inédito ato de coragem moral, e contrariando a elite WASP que sempre comandou a administração, que sempre teve nas mãos as rédeas econômicas e políticas do país, mostraram que é possível - mesmo numa nação com fortes cisões raciais onde brancos, latinos, negros, asiáticos e outros povos vivem em nichos separados por muros invisíveis de segregação, econômica principalmente – mudar o status da nação, mudar a imagem que se faz daquele país. Os americanos, pela primeira vez, mostraram-se incontestáveis líderes do mundo sem uso do temido big stick; sem apelo à sua formidável máquina militar ou às sanções econômicas, às quais costumam recorrer sempre que são contrariados nos seus interesses. Na sua história, os Estados Unidos são amados e odiados talvez na mesma medida mas, com toda certeza, pelos mesmos motivos, ou seja, pela suas melhores qualidades, ou melhor, pelo que eles acreditam serem suas melhores qualidades: Serem democráticos e tentarem impor a democracia aos outros, se necessário, à força. Já disseram por aí, que democracia não se exporta ou se importa, nasce, simplesmente. Pelo fato dos americanos acreditarem que a democracia não é naturalmente contagiosa, eles tentam empurrá-la pela garganta dos outros, e isso lhes traz, com frequencia inusitada, perigosas antipatias e inimizades pelo mundo afora. Agora, com essa revolucionária eleição onde apostaram na mudança, terão, finalmente, o respeito do mundo sem precisar impor-se pela força das armas. Continuarão sendo líderes do planeta, mas com um respeito conquistado graças à eleição onde negros, brancos, índios e todas as outras etnias que formam a amálgama daquela nação, se uniram e, mais que votar, colocaram a esperança num homem que promete - com uma honestidade manifesta difícil de contestar e uma vontade ferrenha cristalinamente visível - MUDANÇAS. Portanto, nos é lícito inferir: “Sé é bom para eles.....” JAIR. Floripa, 20/01/09.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

HOMENAGEM





Sobre o pouso aquático de emergência do A-320 da US Airwais no rio Hudson em Nova Iorque, tenho uma declaração a fazer. Praticamente todos os aviadores, de formação militar ou não, com os quais convivi e trabalhei nos meus anos de aviação civil são capazes de, e normalmente fariam, um pouso bem sucedido nas mesmas condições. Não quero minimizar o feito do piloto Chelsey B. Sullenberger, considerado herói pelos americanos, quero apenas homenagear os pilotos brasileiros que conheço, pelo profissionalismo e experiência aliados ao grande amor e dedicação ao que fazem. Vinte de janeiro, aniversário da criação do Ministério de Aeronáutica é uma data bem adequada e oportuna para lembrarmo-nos destes nossos anônimos heróis tupiniquins. JAIR. Floripa, 19 de janeiro de 2009.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

PARA ENTENDER


O atual conflito bélico entre Israel e os palestinos da Faixa de Gaza nada mais é que o desdobramento de conflitos anteriores - para ser exato, quatro guerras desde a criação do estado de Israel por decisão da ONU em 1947. Guerras que são a continuação da eterna desavença entre árabes e judeus, povos semíticos que habitam, mais ou menos ininterruptamente, aquele pedaço do mundo desde quatro mil e duzentos anos, pelo que se sabe. Pois é, a imprensa de um modo geral faz questão de mostrar cenas horrendas de crianças palestinas mortas e mutiladas por tropas israelenses. O que a imprensa não mostra, e o desavisado leitor ou espectador não sabe, é que o conflito, embora com raízes extremamente complexas para serem explicadas num espaço como este, pode ser entendido na sua fase atual. Desde a criação de Israel, os árabes do Egito, Jordânia, Síria e Líbano, bem como povos não árabes, mas igualmente muçulmanos do Irã e Iraque, se insurgiram contra o novo estado, NEGANDO-LHE A EXISTÊNCIA. O que, fundamentalmente, Israel quer é o reconhecimento de seu direito de existir, mesmo porque, ali está, e não há fórmula legal, ou mesmo mágica, de apagar um país. Depois da "Guerra do Yom Kippur" em 1973, o Egito, numa sábia atitude de seu presidente Anuar Sadat, reconheceu o estado de Israel e nunca mais houve guerra entre eles. Ambos os países, se não amigos, pelo menos se respeitam e mantêm representações diplomáticas atuantes em suas capitais. A Jordânia, seguindo o caminho do Egito, também reconheceu Israel em 1994, e ambos abandonaram hostilidades. Os demais países árabes, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, além de negarem o direito de um povo de existir, fazem disso uma doutrina que incutem na mente de suas crianças nas escolas; pregam a eliminação do povo judeu como condição sine qua nom para sua própria existência, ou seja, enquanto Israel existir não haverá quaisquer condições de convivência pacífica, não haverá maneira alguma de existir paz, os povos palestinos não terão uma pátria. Ora, Israel sempre estendeu a mão antes de mobilizar seus sofisticados tanques, sempre propôs conversar ao invés de bombardear com suas mortíferas aeronaves. O fato da retaliação de Israel aos ataques palestinos parecer desproporcional deve-se a dois fatores. Quando das guerras anteriores, Israel se viu frente a vários exércitos extremamente bem armados com intuito claro de, segundo palavras dos próprios árabes, “jogar os judeus ao mar”, sendo assim ameaçado, não houve outro meio senão se armar melhor que os inimigos. Armamento melhor e mais sofisticado causa impacto mais formidável, não importa se empregado ofensiva ou defensivamente, daí as cenas que se repetem ad nauseam. O segundo fator decorre do primeiro, os palestinos SABEM que não têm meios de combater no mesmo nível seus figadais inimigos, então recorrem a táticas que, ao tempo que enfurecem os israelitas, não se mostram tão espetaculares na televisão, por isso são menos notadas, o que significa que nós não podemos ter uma idéia clara do que estão fazendo, só vemos tanques atacando casas e quarteirões inteiros e isso nos impacta. Qualquer guerra é injusta, desumana e deveria ser evitada, mas, nessa, devemos ter em conta que se os palestinos reconhecerem o estado de Israel e deixarem de atacá-lo o motivo para a guerra desaparece, e a Israel não sobrará razão alguma para retaliação e, com boa vontade como se sabe, estenderá a mão e acolherá um estado palestino com todas as honras. Com certeza será bom para ambos os povos e para o mundo, todo homem de boa vontade pensa, ou deveria pensar assim. JAIR, Floripa, 13 de janeiro de 2009.

sábado, 3 de janeiro de 2009

MUDANÇA ORTOGRÁFICA E VÁCUO


A anunciada mudança ortográfica que vigora a partir do primeiro dia de 2009 vai cair num vácuo, não deve afetar em nada os internéticos e seus textos pós-modernos, ou seja lá qual for o nome dessa escrita quase cifrada que transita pela web. Ora, desde a criação da internet e seus saites e salas de relacionamento, vimos sendo bombardeados, cada dia com mais intensidade, por um neo-idioma que suprime “s”, acentos, til, cedilha, além de ignorar as mais elementares regras vernaculares. Vejam bem, antes que algum irado patrulheiro neogramatical venha com os velhos chavões: “a língua é dinâmica”, “um idioma evolui de acordo com os usuários”, “não há regras” e outras bobagens, quero explicar que entendo perfeitamente donde vêm essas quebras de decoro para com nossa bela flor do Lácio: Todos os primeiros computadores e muitos ainda hoje, trazem o teclado adaptado para a língua inglesa, ou seja, sem cedilha e sem acentos, e isto, somado ao fato que a geração mais nova – essa que mais usa a internet – não lê, portanto, não retém na memória a forma consagrada (não digo correta para evitar que patrulheiros venham com os chavões citados) de escrever, temos como resultado essa esdrúxula ortografia. O internético escreve como fala e como lhe permite o teclado, não há nenhum mistério nisso. Se há alguma coisa a lamentar, não é a criação dessa linguagem escrita feita por e para semi-alfabetizados, mas sim o fato de que se está formando toda uma geração que deverá herdar o planeta, mas que não gosta de ler nem sabe escrever e, muito pior, não se preocupa com isso. JAIR, Floripa, 02/01/09.