sexta-feira, 28 de maio de 2010

IMAGINANDO O TEMPO


Imaginemos o inescrutável, o inelutável e o resoluto, estaremos imaginando o TEMPO.

Concebamos o imperturbável e o insensível, estaremos concebendo o TEMPO.
Olhemos o infinito, o imensurável e estaremos olhando o TEMPO.
Invoquemos o absoluto, estaremos invocando o TEMPO.
Admitamos a eternidade, estaremos admitindo o TEMPO.
Conjeturemos a imensidão do Universo, estaremos conjeturando o TEMPO.
Acreditemos na perenidade, estaremos acreditando no TEMPO.
Esperemos a vitaliciedade, estaremos esperando o TEMPO.
Apostemos da sapiência da natureza, estaremos apostando no TEMPO.
Aceitemos a evolução como resposta à existência da vida, estaremos aceitando o TEMPO.
Aproveitemos o presente, lembremos o passado e aguardemos o futuro, estaremos vivendo o TEMPO, porque TEMPO é vida.
JAIR, Floripa, 28/05/10.

terça-feira, 25 de maio de 2010

VAMOS VER SE ENTENDI...



Ao chegar de viagem, ainda meio sonado pelo jet lag, ou seja, com o ciclo circadiano defasado, resolvi me inteirar das notícias do Patropi e me deparei com o que segue:

Geisy Arruda, a agora ex-estudante que sofreu bulling numa faculdade e, por isso, debutou na mídia, está com a corda toda segundo li na internet. Lançou uma grife com seu nome, ganhou espaço em programas de TV, vai estrear numa novela, deu entrevistas para jornais e revistas, desfilou no carnaval como destaque, foi convidada para posar nua, arranjou um namorado famoso, fez plástica, lipo e ganhou estágio em Spa. Agora está faturando alto em fama e dinheiro, e tornou-se figurinha carimbada, quando antes era uma mera nulidade. Pois bem, devido ao fato de ter sofrido exposição após o ato violento aplicado pelos colegas, deixou o anonimato deprimente dos bastidores e passou aos holofotes da notabilidade que enriquece, senão apenas de dinheiro, mas de auto-estima e bajulação. Essa mesma Geisy, agora famosa, entrou com ação na justiça contra a faculdade na qual era aluna, por prejuízos morais.

Vejamos se entendi, antes ela não era conhecida e não ganhava dinheiro com a imagem, aliás, sequer tinha uma imagem; agora figura entre as celebridades instantâneas e fatura a cada dia mais do sonharia ganhar em anos anônimos enquanto chafurdava na vala comum dos “eus desconhecidos”, como todos nós, pessoas normais; e ainda alega PREJUÍZOS MORAIS? Essa conta não fecha, será que não é o caso de a escola entrar com uma ação contra ela, solicitando participação nos lucros? Alegando que o ambiente ao qual foi exposta na escola proporcionou-lhe a fama atual, que lhe enche os bolsos? Expliquem-me, por favor. JAIR, Floripa, 25/05/10.

domingo, 23 de maio de 2010

LEGAL! HEMP AQUI É LEGAL

Biscoitos de Cannabis sativa


Na Califórnia, através de um artifício legal (vejam bem, LEGAL) pode-se consumir, usar como insumo de outros produtos, plantar, comerciar ou portar maconha de diversas formas, sem qualquer constrangimento. Para isso, o poder constituído, em perfeita consonância com a vontade da maioria dos eleitores, criou emendas às leis estaduais que sancionam o uso da Cannabis para fins médicos.

Ah! Para fins médicos! Isso mesmo, só que fins médicos incluem um gama tão grande de patologias, sintomas e males que fica legalizado seu uso para quase tudo que possa imaginar.

Vejamos o que diz outra emenda de lei, aprovada recentemente: Nenhuma pessoa, física, empresarial ou entidade deve ser presa ou processada, ser negado qualquer direito ou privilégio, nem ser objeto de quaisquer sanções penais ou civis por posse, cultivo, transporte, distribuição ou consumo de cannabis, marijuana, hemp ou maconha incluindo: Produtos industriais de Hemp que visem seu uso medicinal, nutricional, religioso, espiritual e de recreação.

Assim, o Estado governado por Schwarzenegger, um republicano conservador, resolveu colocar no papel, ou seja, tornar de jure uma situação que existia de facto. Contudo, o uso só é permitido para cidadãos residentes na Califórnia, nem pensar numa zona livre tipo Amsterdã onde qualquer habitante do planeta pode adquirir as drogas mais diversas.



Bebida de Maconha sabor baunilha



Mesmo que a lei estadual seja conflitante com a federal que proíbe o uso da maconha, a autonomia legal que gozam os Estados Confederados (Estados Unidos do nome do País), faz com estas sejam superadas por aquelas.

A legalização produz seus efeitos benéficos em todos os sentidos:

1 - Disponibiliza para os pacientes de dores crônicas mais um medicamento paliativo de suas agruras;

2 - Permite que se fabriquem roupas, cintos, bolsas, cordas e calçados das fibras de Cannabis;

3 - Deixa que o livre mercado atue no sentido de que os produtores disputem o público consumidor livremente através de melhor qualidade e preços competitivos;

4 – Abre uma fonte de arrecadação sedutora para o poder público;

5 – Permite o controle, através da saúde pública, da pureza do produto, excluindo a hipótese de envenenamento por toxidez;

6 – Estimula o aparecimento de pesquisas de novos usos alimentares do produto, o que fez surgir uma enorme gama de bolos, tortas, refrigerantes, bombons, e as guloseimas mais variadas a base de marijuana;

7 – Desinibe o potencial consumidor que se via temeroso em usar um produto ilegal;

8 – Torna o tráfico inexistente, não há como competir com produtores que pagam impostos e são protegidos por lei.

Balas de Hemp


Independente de sermos a favor ou contra seu uso,
hemp legal é um avanço da sociedade no sentido de acabar com a hipocrisia que nós do Patropi conhecemos tão bem. No Brasil os jogos de azar são ilegais, mas o poder não vê as milhares de bancas de bicho em quase todas as esquinas, e ele próprio o Estado explora dezenas de jogos através da Caixa Econômica. A maconha, produto que causa menos males que a bebida é ilegal e menores são proibidos de comprar ou consumir bebidas alcoólicas, mas podem se drogar a vontade com álcool e fumar cigarros sem qualquer restrição.

O que quero mostrar é a leveza de espírito com que se tratou o assunto aqui, não houve convulsão religiosa ou de pessoas mais conservadoras contra a liberação do produto. Desde que você seja residente permanente e tenha um atestado médico que recomende o uso da cannabis, poderá adquirir em qualquer casa especializada comidas e bebidas produzidas com hemp de boa qualidade.

Antes que haja algum mal entendido, devo esclarecer que não sou e nunca fui usuário, apenas defendo que a racionalidade faz bem para todo mundo. Do usuário ao Estado todos saem ganhando. JAIR, San Diego, 23/05/10.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

BARCOS


Vista parcial de marina de Point Loma


(Navegar não é preciso)

Estou hospedado num hotel em Point Loma, península que adentra a baía de San Diego, frontal a ilha Coronado, local onde se situa importante base aero naval dos marines americanos. Base que hospeda três super porta-aviões, um dos quais vi sair para o mar hoje, possivelmente para manobras ou para uma dessas guerras que o país está envolvido. O espaço entre a ilha e a península é de mar calmo e abrigado o que, naturalmente, nos faz imaginar intenso tráfego marítimo nestas águas. Ledo engano, as águas calmas e abrigadas, pelo que pude observar, só são singradas por navios militares e uns poucos comerciais.

Desde o primeiro momento, o que me chamou atenção de modo gritante, foi a quantidade de barcos que povoam as dezenas de marinas da área. É quase impossível descrever a densidade do universo marítimo à minha vista, os mastros formam uma espécie de densa floresta de troncos desfolhados. Estou literalmente embasbacado com as dezenas de milhares de barcos, pequenos médios e grandes estacionados, encostados, parados, fundeados, amarrados, estaqueados, ancorados, apoitados nos cais e ancoradouros em toda a orla da península. Fica-se com a impressão de grandes pátios de shoppings abarrotados de carros aí no Brasil, só que aqui são barcos. Tantos, tão alinhados, tão conservados, tão parados que deixam uma impressão um pouco estranha.

Milhares de embarcações suscitam o aparecimento de fortíssimo comércio voltado para atividades de pesca, esportes e vida no mar, são centenas de lojas pequenas e grandes que vendem todo tipo de parafernália que atendem esse universo, diga-se, lojas bem frequentadas por marinheiros e gente afeita as fainas marítimas. Contudo, pela limpeza e impressão geral de ordem, nada que lembre ambientes portuários brasileiros. Vê-se, a todo instante, os barcos sendo retirados da água para manutenção, pintura, limpeza, polimento, conserto, estocagem e otras cositas mas, mas, em nenhum momento consegue-se vê-los navegando.

Aí é que está o xis da questão, os barcos daqui são adquiridos para se TER, e não para usar; para serem admirados e curtidos, não para se navegar. O proprietário do barco o tem para equipá-lo com os últimos gadgets eletrônicos, por status, ostentação, gasto com manutenção, pagamento de impostos e de aluguel na marina, formação de empregos e para trocá-lo de tantos e tantos meses, não para navegar, pois isso é coisa de marinheiro.

Provavelmente, a última aquisição do americano feliz, será motivo para conversa entre amigos; objeto de vídeos e fotos para decorar lareiras e apresentar aos conhecidos; prova evidente de sua capacidade aquisitiva; e, mais que tudo, motor de uma economia que se move exclusivamente pelo consumismo desenfreado. Enquanto compra-se, mais a indústria produz, mais empregos são gerados e mais impostos o governo arrecada. Então, sinceramente, navegar é preciso?

É dedutível que um típico dono de embarcação, que já gastou milhares de dólares e trocou de barco três ou quatro vezes nos últimos cinco anos, ao ser interpelado por um curioso inocente sobre quando navega, navegou ou pretende navegar, sair-se com resposta mais ou menos assim: “ Hey man, are you crazy? Boats are not made to be sailed!”.

Para nós, tupiniquins, parece um pouco estranho que barcos tenham outra finalidade que não sair flutuando por aí. Mas, como se trata de americanos cheios da grana e um pouco exóticos para nossa cultura, tudo é admissível. JAIR, San Diego, 20/05/10.

terça-feira, 18 de maio de 2010

ONDE ESTÃO ELES


Talvez o fato social mais importante da segunda metade do século vinte, o que mais gerou mudanças de mentalidades e orientações ideológicas que vieram depois, foi o movimento cultural hippie. Pode-se situar o ano de 1960, quando em janeiro formou-se uma manifestação pelos direitos civis em Atlanta, USA, como o início de tudo, como o ponto de inflexão em que a juventude resolveu tomar posição em confronto com o status quo. A juventude daquela década, nascida durante ou pouco depois da guerra, num estalo, tomou consciência que vivia num mundo engessado no qual embaralhavam, davam as cartas e eram donos do baralho duas potências nucleares que, entre outras coisas, podiam destruir a humanidade e até o Planeta.

A geopolítica que comandava os destinos da civilização era a doutrina pelo medo da destruição em massa, era a guerra fria em ação; o sexo fora do casamento ainda era pecado e, às vezes, punível pelas legislações conservadoras vigentes; a família, célula mater da sociedade, era intocável e sagrada, o divórcio era visto como sacrilégio pela igreja; nos países desenvolvidos, carreiras profissionais eram projetadas e seguidas desde a infância pelo filho-objeto dos pais; a “liberdade” consistia em não dizer NÃO ao establishment; ou seja, não se ataca a elite social, econômica e política que controla o conjunto da sociedade; religiões aceitas pelas nações ocidentais eram monoteístas e acomodadas, nem pensar em religiões “exóticas” orientais; música? Só romântica ou regional que não atacasse os valores pétreos de uma sociedade estagnada e silenciosa quanto a questões como racismo, capitalismo selvagem, domínio cultural e colonialismo; roupas, calçados e cabelos eram “certinhos”, não se ousava, não se feria a estética; uso de drogas? Vade retro! Não se discute, não se encara, não se admite, é proibido e pronto!

Esse era o bucólico mundo ocidental na década de sessenta, quando a juventude sentiu-se inquieta e resolveu protestar colocando o dedo na tomada. Roupas estranhas e coloridas, cabelo comprido e rebelde, música berrante de protesto, comportamento civil contrário às ordens vigentes, pavor de guerras e proselitismo de amor livre – make love not war. Palavras de ordem: rasgue seu cartão de alistamento, virgindade dá câncer, queime sutiãs, sinta desprezo pelos bens materiais, viva e deixe viver, não confie em ninguém com mais de trinta anos, tudo que é bom é proibido, imoral ou engorda, use maconha, LSD e haxixe, o psicodelismo está na ordem do dia, é proibido proibir.

Pois bem, o movimento nasceu nos EUA e se alastrou pela Europa, chegando, ainda que com timidez, até a países da cortina de ferro, num crescendo de protestos pacíficos e desobediência que chocalhou a roseira do marasmo das sociedades estabelecidas. O ápice do movimento situa-se em 1968, quando boa parte do mundo ocidental incendiou-se numa cadeia de protestos da França à Índia, passando por quase todos os países da Europa e da Américas. A guerra do Vietnam dava azo para que os jovens se unissem por uma causa comum, corpos cobertos com a bandeira, que chegavam de uma terra distante e desconhecida, eram prova cabal de que alguma coisa muito errada estava acontecendo. As autoridades não podiam ficar inertes para sempre, e mundo nunca mais foi o mesmo, mudou, ainda que não totalmente, a golpes de peace and love.

Por volta da metade da década de setenta, os hippies agora adultos (com mais de trinta anos) viram-se, uns frustrados, outros inconformados, mas todos sem forças para continuar queimando a vela pelas duas pontas, acomodaram-se e não deixaram seguidores. O que existe hoje são artesãos que se dizem Hippies, nada parecido com o que existiu, nada radical como aquela revolução dos costumes. Contudo, as sociedades nunca mais foram as mesmas.

E os hippies para onde foram? Naturalmente, eles também envelhecem. Hoje, sessentões, eles estão por aí, o mais das vezes mesclados à população dita “normal”, aquela que passou os anos sessenta e setenta observando, sem participação ativa nos acontecimentos. Contudo, em certos lugares, os ex-hippies são perfeitamente discerníveis e identificáveis, como em San Diego. Aqui existe um bairro chamado Ocean Beach, OB para os íntimos, que é habitado exclusivamente pelos contestadores daqueles anos loucos. O bairro é típico de pessoas “alternativas”; de gente que optou pela liberdade de comportamento; de gente voltada para uma vida natureba; de gente pouco preocupada com “ter” em detrimento de “ser”; de gente que curte a natureza e educa filhos e netos na direção de um mundo diverso do capitalismo consumista a sua volta; de gente vegetariana e vegana que têm restaurantes próprios voltadas para comidas orgânicas e sem produtos de origem animal.

Na maioria, os ex-hippies são pacatos pais e avós que exercem atividades autônomas como massagistas, quiropráticos, professores de doutrinas zens, dentistas e médicos de orientação alternativa, artesões, poetas, escritores, acupunturistas, homeopatas, todos pobres e de bem com a vida. A paz é seu objetivo de vida, não se alistam nas Forças Armadas e não aconselham ninguém a fazê-lo. Não incomodam ninguém e por ninguém são incomodados. Vale a pena comprar seus produtos a base de hemp e comer suas comidas orgânicas e deliciosas, o que fiz com prazer, junto com minha mulher, minha nora e meu filho. Quem vier a San Diego não perde nada se for até OB dar um rolê. JAIR, San Diego, 20/05/10.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

RACISMO É BURRICE




No meu texto “Cor não é raça”, escrevi o seguinte: Querer definir o homem como espécie e dividi-lo em raças de acordo com a cor da pele ou tipo físico é coisa mais estúpida que se pode fazer. Raças humanas não existem. A cor da pele, uma adaptação evolutiva aos níveis de radiação ultravioleta vigentes em diferentes áreas do mundo, é expressa em menos de dez genes dentre os milhões que compõem o genoma humano.” Pois bem, aqui explicito mais fatos que embasam minha opinião contra o racismo amparada com a palavra da ciência, para que não haja dúvidas de onde vêm meus argumentos.

Hoje quero juntar aos meus arrazoados outros dados da ciência que foram descobertos através das pesquisas do projeto “Genoma Humano”, os quais destroem o chamado “racismo científico”.

Historicamente, a noção de raça humana surgiu durante a expansão imperial européia, e baseia-se num pequeno conjunto de características fenotípicas observáveis a olho nu, superficiais, portanto. Significativamente, o avanço no estudo dos grupos sanguíneos forneceu os primeiros indicativos científicos da variabilidade hereditária da humanidade, sem comprovar teoria de racismo alguma. O fator RH também evidencia diferenças que estão correlacionadas com a distribuição geográfica dos grupos humanos, nunca de “raças” humanas, que isso é criação político-econômica, nunca científica. As variações genéticas entre populações mapeadas por meio desses marcadores não ajudaram a sustentar as antigas teorias raciais, que caíram por terra.

Com a descoberta e uso do DNA tornou-se possível aprofundar as investigações sobre as origens e migrações das antigas populações humanas. Na verdade, o DNA mitocondrial, que é um marcador que não se altera por milhares de gerações, apontou para o que os cientistas chamaram de “Evas” primordiais: Seriam apenas dez mulheres as nossas “mães”, oriundas da África, que geraram toda a humanidade. Não há, portanto, fundamento científico para afirmar que “raças” humanas tiveram origens distintas, todos temos um pé na África.

Os computadores facilitaram o processamento de uma enorme massa de informações genéticas que ajudaram a mapear a aventura pré-histórica humana. Uma conclusão quase banal a que se chegou é que a “distância genética” entre populações aumenta na razão direta da distância geográfica que as separa. A explicação é simples, os humanos cruzam-se com o parceiro que está próximo, na mesma localidade ou localidade vizinha. Isto diminui a variação genética do grupo local e aumenta a “distância genética” com um grupo distante. Simples.

Mesmo assim, dois indivíduos escolhidos casualmente dentro da mesma região só serão 5% mais parecidos entre si do que de qualquer indivíduo de outro continente por exemplo. Na verdade, como comprovou o mapa genético fornecido pelo projeto Genoma Humano, não é possível encontrar qualquer “fronteira” que delimite raças no continuum da humanidade, onde as semelhanças são abundantes e existem pequenas variações dentro de quaisquer grupos considerados.

Num interessante experimento que cientistas americanos fizeram, reuniram-se oito representantes de etnias diferentes e comparou-se o DNA mitocondrial deles. Eram pessoas que vivem nos EUA, mas de origens díspares como uma chinesa, um árabe, um índio sioux, uma sueca, um maori da Nova Zelândia, um fueguino do sul da Argentina, um negro do Zaire e uma tailandesa. Para surpresa dos pesquisadores o grupo apresentava tanta diferença genética quanto um grupo de pessoas da mesma aldeia pode apresentar. As semelhanças eram tão grandes que a sueca, branca de olhos azuis, tinha “parentesco” evolutivo com o sioux, a ponto de serem “primos” distantes, descendentes da mesma Eva primordial africana.

Os mapas genéticos tornam evidente a falta de embasamento científico na crença que existem raças humanas. Esses mapas mostram que não há maior similaridade entre, por exemplo, europeus do leste e oeste que entre europeus e africanos. Por outro lado, há tantas diferenças estatísticas entre populações vizinhas, que os adeptos das seitas racistas poderiam sustentar que existem milhões de raças.

Finalizando, como qualquer população selecionada para compor uma amostra apresentará diferenças genéticas estatisticamente relevantes, o tal “racismo científico” que Hitler usou para se livrar dos judeus, não passa de balela, ou seja, burrice pseudo científica. JAIR, San Diego, 17/05/10.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

FOCAS URBANAS

Focas de La Jolla.


Já publiquei texto referente a animais que, sem outra opção, urbanizaram-se para sobreviver. Isto é, na medida em que o progresso humano avança por áreas antes selvagens, os bichos que ali habitam morrem, fogem ou adaptam-se ao novo meio. Assim, aves e mamíferos, principalmente de pequeno porte, são compulsados a partilhar com humanos e suas traquitanas e modus vivendi, completamente exóticos a seres costumados a viver em harmonia com a natureza.

Pois é, aqui em San Diego, Califórnia, num encantador bairro turístico a beira do Pacífico, La Jolla, existe uma praia pequena e bem protegida cujo nome é Piscina das crianças. É de se esperar que crianças habitualmente frequentem o lugar, não é mesmo? Nada mais distante da verdade. A simpática prainha é lar exclusivo de uma população de focas. Diga-se, o litoral sul da Califórnia é formado quase exclusivamente por falésias, com escassas praias de entremeio, razão pela qual as focas aproveitam esses locais para parir e criar filhotes com segurança.

A história é interessante, em 1931, uma milionária viúva de nome Ellen Browning Scripps, preocupada com o lazer e bem estar das crianças do bairro as quais não tinham um pedaço de areia seguro para brincarem, mandou construir um quebra-mar que permitiu o surgimento de uma praia abrigada, de imediato chamada Children’s Pool.

Até aí tudo bem, mas, acontece que as águas da costa sudoeste do País são habitadas por uma espécie de foca a “Mirounga angustirostris”, endêmica dessa região. Essa espécie de mamífero prefere águas não muito frias para procriar e amamentar seus filhotes. A piscina das crianças pareceu às focas o lugar ideal para suas atividades comunitárias, e para ali elas se mudaram de mala e cuia na década de setenta.

E agora José, a praia é dos rebentos humanos ou dos mamíferos marinhos? Já que crianças e focas não podem partilhar a mesma minúscula praia sem prejuízo de ambos, formou-se uma polêmica. Legalmente a praia formada pelo muro foi doada pela viúva Ellen à prefeitura de San Diego para servir de área de lazer às crianças. Mas focas não sabem ler e o mar é seu domínio natural, não há como expulsá-las do próprio lar, e extermínio está fora de cogitação, mesmo porque a Califórnia é o estado americano que mais se preocupa com ecologia; o estado que mais leis aprovou protegendo a fauna e flora da região; como o estado é semi deserto, aqui há leis que premiam com incentivos fiscais empresas e cidadãos que conservam água ou que menos agridem a natureza.

Assim, focas ou crianças? Cidadãos adictos de crianças saltitantes, e cidadãos afeiçoados a focas protegidas encaminharam projetos de leis a favor de umas e outras à instância municipal que, depois de pareceres contraditórios, levou à corte do Estado, a qual enviou a batata quente à Suprema Corte. É, meus amigos, a Suprema Corte sentindo que estava se metendo numa enrascada sem tamanho, devolveu as ações à instância municipal alegando incompetência, isto é, o assunto devia ser resolvido pelos munícipes e seus representantes, nada mais que isso.

Diante disso, em 1998, o juiz Timothy Taylor derrubou duas decisões anteriores de outros juízes que teriam forçado San Diego dispersar as cerca de 200 focas que vivem naquela praia. A cidade já gastou perto de dois milhões de dólares nesta questão, o que inclui um milhão de custas judiciais. A municipalidade destacou que há um sentimento que o juiz tomou a decisão certa nesta controvérsia que já dura anos. Portanto, até o presente momento, as focas continuam na praia e ninguém tem direito de retirá-las, mas os descontentes com a situação querem mudar esse status e reverter a praia às crianças.

Bem típica essa atitude, o Homo sapiens sofre do que se convencionou chamar de síndrome de especismo, conduta que coloca o ser humano em primeiro lugar, mesmo a custa da vida de outros seres se necessário.

Vejamos, para as focas é uma questão de vida ou morte, sem a praia elas poderão não sobreviver, considerando que estão na terceira ou quarta geração nascidas naquele sítio e são essencialmente territoriais. Existem registros escritos de suas presenças nas proximidades há séculos. Já para as crianças, é apenas uma área de lazer que poderá ou não ser utilizada, mesmo porque as águas daquele pedaço do pacífico não são exatamente tépidas como os humanos gostam, pelo contrário, são bastante frias, próprias para focas e seus parentes, os leões marinhos. Ainda mais, as crianças gostam de ver as focas e se comprazem de acompanhar suas atividades diárias.

De qualquer forma, enquanto a estadia dos mamíferos marinhos continuar ali, percebe-se com clareza o contraste entre a sociedade mais urbana e desenvolvida do Planeta com seus carrões estacionados a menos de vinte metros da praia, e a vida primitiva das Miroungas que só querem um cantinho seu para dar prosseguimento seguro a perpetuação de sua espécie. San Diego, 15/05/10.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O CRIACIONISMO TEM PÉS DE BARRO




Os criacionistas, em sua grande maioria, são cristãos fundamentalistas cuja premissa principal é a interpretação literal da Bíblia e a crença na sua infalibilidade. Decorre daí que, a bobajada criacionista, frente às robustas e avassaladoras provas que o evolucionismo apresenta, acabou cindindo-se em várias frentes, algumas menos intransigentes que outras, mas todas dogmáticas, ou seja, é assim, porque assim é, não há necessidade de explicar os fenômenos. Lembrando que dogma é: “Ponto fundamental e incontestável de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar”. Os criacionistas mais radicais, aqueles que acreditam na verdade literal da bíblia como George Bush, por exemplo, ainda são maioria, mas há outras “escolas”, por assim dizer.

Entre as dissidências, existe aquela, cujo membro mais ilustre foi João Paulo II, a qual admite que a bíblia explica os fenômenos com parábolas e fábulas, ou seja, o livro de Gênesis das escrituras apenas adaptou a forma da criação do universo para melhor entendimento das massas. Mas a ciência explica as leis (criadas por Deus) que regem o universo, o Planeta e a vida os quais foram criados conforme as teorias vigentes, apenas existe um anterior Ser supremo – o qual não explica sua origem - que tudo comandou e tudo supervisiona nos seus mínimos detalhes. Neste caso, o “Big Bang” seria Deus, é só lembrar do “Faça-se a Luz” do Gênesis.

o Intelligent Design (Projeto Inteligente) é a aceitação de que certas características do universo e dos seres vivos são melhores explicadas por uma causa inteligente, (por um Deus que projetou certas partes dos seres vivos) e não por um processo não-direcionado como a seleção natural. Essa “seita” criacionista cunhou uma expressão tão bombástica quanto vazia: complexidade irredutível, a qual exprime a “descoberta” de certos organismos ou sistemas que, por sua complicação mecânica ou funcional, não poderiam ter evoluído por adição ou modificação de partes, pois não funcionariam, só o “pacote” pronto teria condições de operar corretamente. Para ilustrar a “complexidade irredutível” eles costumam mencionar a coagulação sanguínea e o olho dos mamíferos. Dizem ser impossível o olho ter evoluído, pois não há como existir um-quarto-de-olho, meio-olho, e assim por diante.

Acontece que a ciência já provou que o olho dos mamíferos e de outros seres evoluiu não apenas uma vez, mas dezesseis vezes independentes, em épocas e condições diferentes. Evoluiu de células sensíveis à luz até sua complexidade atual, sempre enxergando um pouco mais. Evolutivamente falando, aquele indivíduo que enxergasse um pouco mais que outro, teria mais chance de passar seus genes adiante, daí a seleção natural se encarregaria de contemplar a evolução dos que viam sempre melhor. Simples, para quem quer ver.

O fio de Ariadne que une essas ideologias criacionistas é sempre um Construtor, Uma entidade Suprema, um Deus onipotente que tudo provê; não há espaço para as leis da ciência, tão conhecidas e que funcionam tão bem em todos os níveis.

John Burdon Sanderson Haldane, um dos pilares do darwinismo moderno, conta que após uma conferência sobre evolução, foi interpelado por uma senhora descrente do evolucionismo, e deu-se o seguinte diálogo:

Senhora: Professor Haldane, mesmo levando em conta os bilhões de anos que o senhor diz estarem disponíveis para a evolução, não posso acreditar que seja possível passar de uma única célula a um complexo corpo humano, com suas trilhões de células organizadas em ossos, músculos, nervos, sistemas, órgãos como o coração que funciona sem parar por décadas, quilômetros de vasos sanguíneos e um cérebro capaz de pensar, falar e sentir.

Haldane: Mas, minha senhora, a senhora mesma fez isso. E só levou nove meses.

Por essas e outras é que o criacionismo não se sustenta nos próprios pés, até por que tem pés de barro. JAIR, San Diego, 13/05/10.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

CONTEMPLANDO O TEMPO


A coisa mais misteriosa e esplêndida que podemos imaginar é o TEMPO. Ele é fonte e motor de toda experiência humana concebível e vai até muito além, vai onde nossa imaginação abandona a fronteira do palpável e do visível, e contempla o apenas presumível, o etéreo. Ninguém e nenhuma coisa escapam à sua inclemência e sua obtusa regularidade que a tudo limita e em tudo influi, desde a coesão íntima das partículas subatômicas até a complexa mecânica dos conglomerados galácticos. Àqueles que se recusam quedar-se extasiados à sua força propulsora que, literalmente, move montanhas; e formular sua extrema admiração por essa “entidade” ubíqua e poderosa, dela não conseguirão esquivar-se, não lhes resta senão serem, como todos os demais, tratados com a imparcialidade e insensibilidade de sua marcha constante rumo ao infinito, pois o TEMPO não discrimina, não escolhe e não redime. Estas são pessoas mortas, seus olhos e suas mentes estão fechados para aquilo que é a mais formidável e drástica demonstração de inexorabilidade; para a beleza suprema só perceptível através da mente permeável à estética transcendente, se esta existe.

Saber que ele é imperturbável e absoluto nos dá a correta medida de nossa insignificância, de nossa transitoriedade. O Universo ao TEMPO tudo deve, pois ele é a quarta dimensão da matéria, sem ele nada existiria e nada teria razão de existir. O TEMPO simplesmente é, nada lhe perturba o andamento resoluto e pertinaz elevado a potência infinita. JAIR, San Diego, 10/05/10.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

OS CFCs E A CAMADA DE OZÔNIO






A partir da década de vinte do século passado, especialmente nos países desenvolvidos, generalizou-se o uso de refrigeradores. Claro, essas engenhocas eram consideradas só pelo que de bom podiam proporcionar a seus usuários. Por razões de conveniência e saúde pública, para que produtores de frutas, carnes, legumes e laticínios pudessem negociar seus produtos a maiores distâncias, e para que as famílias consumidoras pudessem desfrutar refeições frescas e saudáveis. Parecia carro a álcool, todo mundo queria ter um. Na época, os fluidos ativos, cujos aquecimentos e esfriamentos forneciam a refrigeração, eram amônia e dióxido de enxofre – produtos tóxicos e fedorentos. Vazamentos desses gases constituíam pequenos desastres que deveriam ser evitados, razão pela qual um gás substituto devia ser encontrado. Idealizava-se um líquido que, nas condições corretas, circulasse, mas não causasse danos se vazasse dentro o refrigerador, ou quando este fosse descartado como ferro-velho. Para isso, seria ótimo que cientistas encontrassem um material que não fosse tóxico, nem inflamável, que não oxidasse, não queimasse os olhos, não atraísse insetos, não exalasse mau cheiro, nem incomodasse os animais domésticos. Contudo, ainda que procurassem muito, parecia não haver tal produto na natureza.

Assim, químicos dos EUA e da Alemanha desenvolveram (independentes) uma classe de moléculas que nunca existira antes. Eles lhes deram o nome de (CFCs), clorofluorcarbonetos, compostos de um ou mais átomos de carbono combinados com alguns átomos de cloro e/ou flúor.

O sucesso do no produto foi espetacular, indo muito além das mais otimistas expectativas dos inventores. Os CFCs não só se tornaram o principal fluido ativo dos refrigeradores, mas também dos condicionadores de ar, de residências e carros. Encontraram aplicações amplas em latas de spray, espuma isolante, solventes industriais e produtos de limpeza, em especial na indústria de eletro-eletrônicos. O nome de marca mais conhecido dessa maravilha é Freon, marca registrada da DuPont, famosa indústria química que também detém o monopólio da fabricação do polímero por ela desenvolvido, Teflon.

Considerados inofensivos para o meio ambiente os CFCs foram largamente utilizados pela indústria por décadas. No início da década de setenta, um milhão de toneladas de CFCs era manufaturado por ano, número que, na década seguinte, decresceu à força de acordos internacionais.

Agora, digamos que na década de setenta você tenha utilizado um prosaico desodorante em spray em seu banheiro. As moléculas de CFC em aerossol, propulsor do produto, saem em fina névoa e não aderem a seu corpo ou a qualquer parede ou objeto do banheiro. Elas tendem a elevar-se, sair pela janela e, já ao ar livre, carregados pelas correntes de convecção e pela circulação atmosférica global, atingirem qualquer parte do Planeta. Não existem CFCs localizados, sedentários, nacionais, bairristas, todos são nômades cosmopolitas e circulam livremente. Com raras exceções, não se desfazem e não se combinam quimicamente com outras moléculas. São praticamente inertes. Depois de alguns anos, lá estão eles belos e formosos flanando na alta atmosfera, onde sobrevivem por cem anos, aproximadamente.

Acontece que a alta atmosfera, cerca de 25 quilômetros de altitude, é berço do ozônio. Isso mesmo, aquele ozônio que serve de escudo contra os raios ultravioleta emanados do astro Rei. Os mesmos raios UV nocivos à nossa pele são responsáveis pela desagregação dos CFCs, livrando-os do cloro. Esse danado cloro, agora livre de sua prisão CFC, é um catalisador extraordinário que ataca as moléculas de ozônio destruindo-as, mas não é ele próprio destruído. Calcula-se que um átomo de cloro pode decompor cem mil moléculas de ozônio antes de a gravidade trazê-lo para uma altitude onde será carregado pela chuva até o solo.

E daí cara pálida? Que importância tem que algumas moléculas inocentes, lá no alto onde praticamente ninguém vai, sejam destruídas por um átomo malvadão? Acontece que o ozônio é o escudo natural de Gaia contra os malditos raios ultravioletas. A camada de ozônio é tênue, mas é a ÚNICA proteção que temos contra os UV, cancerígenos e nocivos queimadores da pele dos humanos. Especialmente de humanos com pele clara, com baixo teor de melanina.

Mas, por mais importante que seja protegermos a pele, os raios UV atacam ainda com mais vigor, os ácidos nucléicos e as proteínas, que são as moléculas básicas da vida, ácidos nucléicos formam o DNA e o RNA dos seres vivos, além do mais, enfraquecem o sistema imunológico de plantas e animais.

Concluindo, mesmo que não vejamos e muito menos sintamos os efeitos malévolos imediatos da destruição do ozônio protetor, eles existem e são diretamente causados por um produto inventado e manipulado pelo Homo sapiens. A ninguém mais podemos inculpar por nossos elevados índices de câncer de pele e outros males relacionados com a incidência de raios UV, a não ser a nós mesmos e a nossa incúria. É isso aí. JAIR, Floripa, 06/05/10.


domingo, 2 de maio de 2010

HEXADATILIA

Natália Guimarães

Consta que a miss Brasil de 2007, a belíssima Natália Guimarães, nasceu com seis dedos nas mãos. Problema resolvido com uma intervenção cirúrgica não muito complicada, quando ela era bebê ainda. Entre outros famosos com dedos a mais, Daniela Cicarelli é uma das mais comentadas por aí, no caso dela, em um dos pés.

Pois é, quando garoto em minha cidade natal, havia um colega de classe, de nome Carlos Fabris, vulgo Sabugo, que tinha seis dedos em cada pé, era até famoso por isso, gostava de mostrá-los. Muito depois, vim a saber que é um acaso não muito raro e chama-se hexadatilia, a qual atribui-se a uma má formação congênita que, em outras palavras, quer dizer mutação, herança genética. Existe vários graus, por assim dizer, dessa anomalia. Em alguns casos os dedos adicionais são apenas simulacros, não têm falanges que os tornem completos; em outros os dedos são perfeitos e funcionais.

Apesar da aparência esdrúxula de mão com seis dedos, em geral não causa problemas, há uma família em Brasília, onde várias pessoas entre pais, filhos, tios e sobrinhos têm essa anomalia, e nem por isso são menos hábeis com as mãos, a não ser para calçar luvas. Inclusive, um deles é um exímio tocador de cavaquinho. Dizem até que, não apesar dos seis dedos, e sim por causa deles.

Essa mutação genética, juntamente com outra chamada sindatilia, a qual consiste em ter dedos colados, geralmente dois a dois, não é uma mutação benéfica, tampouco prejudicial, trata-se de mutação inócua, ou seja, o portador não estará nem mais menos apto para a sobrevivência. Aliás, lembro que meu amigo Sabugo também tinha os dedos dos pés colados, dois a dois, o carinha era fera nesse negócio de mutação.

Abaixo, algumas fotos, não alteradas por photoshop, que chupei da internet, as quais ilustram vários casos de hexadatilia.


Radiografia mostrando a estrutura de mão hexadátila.


Pé feminino com seis dedos.

Inglês com hexadatilia em ambas as mãos.


Mão instrumentada para comemorar o hexa.


Por mais anônimos e discretos que os portadores de seis dedos sejam, a expectativa neste ano de Copa do Mundo de Futebol é de brilho fora do comum. Como o nosso futebol tem cinco títulos mundiais e é um dos favoritos para ganhar novamente, o título hexacampeão poderá ser explicitado em uma só mão dos hexadátilos, e isso os fará estrelas nas possíveis propagandas vindouras. JAIR, Floripa, 02/05/10.