domingo, 2 de setembro de 2012

O ET


Se esses ufólogos alienados quiserem um exemplo sólido que somos visitados por extraterrestres de vez em quando, ou que eles estão entre nós, vale dar uma olhadela na vida de Nikola Tesla, nascido na atual Croácia, mas que ao tempo de seu nascimento ainda era Sérvia. Até o detalhe de sua vinda ao mundo (10/07/1856) quando ele chegou à Terra exatamente à meia noite durante uma violenta tempestade elétrica, e de sua morte solitária e estranha, sua vida foi repleta de genialidade e comportamentos heterodoxos. 
Adulto, Tesla era olhado mais ou menos como um mago, misterioso e avesso à proximidade com outras pessoas, mas, estranhamente, gostava de anunciar suas descobertas e invenções como num circo, com espalhafato e cobertura da imprensa. A maioria de suas invenções foi e ainda é futurista, tanto no design quanto ao fim que se destina, inclui desde tele transportes, raios mortais e naves de guerra antigravidade até a corrente alternada de amplo uso até hoje. Mas na sua trajetória fulminante, Tesla criou um inimigo poderoso e vingativo quando provou que sua corrente alternada era melhor e mais barata e segura para ser transportada a longas distâncias, em comparação com a corrente contínua de Thomas Alva Edison. Tesla ganhou a parada por que tinha apoio de George Westinghouse. Mas seu comportamento exótico ia mais longe, ele falava de coisas tão estranhas que os investidores as rejeitavam incontinenti – especialmente por que a desordem obsessivo-compulsiva da qual sofria o levava a sempre dar três voltas no quarteirão, dobrar as roupas três vezes e fazer tudo multiplicado por três. Sem possuir carisma, num tempo que inexistia marketing pessoal, ele perdeu as patentes de muitas de suas criações, entre elas a do rádio – patente perdida para o italiano Guglielmo Marconi. Num ato de justiça histórica, contudo, a patente do rádio, em 1943, acabou sendo reconhecida como de Tesla novamente.
Numa atitude muito parecida com o ET do Spielberg, Tesla passou os últimos anos de sua vida vivendo recluso em um hotel de Nova Iorque e tentando usar suas ondas de rádio para lançar sinais para o sistema solar, convencido de que transmissões estavam sendo enviadas para a Terra a partir do espaço. Morreu (07/01/1943) em seu quarto de hotel aos 86 anos, sozinho, falido e seu corpo parecia um saco de ossos. Supõe-se que havia deixado de se alimentar a semanas.
Há quem (ufólogos naturalmente, pois estes já existiam naquele tempo) suspeite que sua preocupação em ouvir os sons vindos do espaço, ou aquilo que muitos viam como desperdício de seu gênio, fosse uma tentativa de retornar ao tempo (ou planeta) do qual viera. Em todo caso, o FBI confiscou a maioria de suas anotações e as mantém até hoje classificadas como material ultra secreto, um prato cheio para os ufólogos de plantão. JAIR, Floripa, 27/08/12.