segunda-feira, 6 de junho de 2016

Réquiem para um polímata

Rodolfo Rodrigues Barcellos


A humanidade segue seu rumo normal, produzindo homens também normais como eu e grande parte dos que vivem neste planeta. Mas, as vezes, por um capricho que foge a nossa compreensão, surgem vultos acima de todos, que fazem sombra aos comuns mortais.
Foi assim no passado, como é assim no presente, dentre os bilhões de seres que por aqui trafegam, uns poucos, bem poucos, se enquadram na categoria de gênios.
Tive a ventura de conhecer, trabalhar e conviver com um prócer do quilate de gênio: o polímata RODOLFO RODRIGUES BARCELLOS, que ontem nos deixou. Barcellos, como sempre o chamamos, oficial da Força Aérea, era um exímio profissional de aviação que deixou marca por onde passou; violonista talentoso; conhecedor profundo da teoria musical: autodidata, fluente em inglês, falava e escrevia como fora sua primeira língua; excelente jogador de xadrez; poeta inspiradíssimo; escritor de ficção científica; espírito generoso; blogueiro prolífero; sujeito amigável, super inteligente; arguto; franco; cético; filósofo; bem humorado; fantástico contador de casos; tranquilo e muito mais. Era meu guia, se é que se pode dizer assim. Escreveu o prefácio de meu primeiro livro.
Foi-se o Rodolfo Barcellos, porque a morte é a única e indelegável certeza desta vida. Hoje nosso planetinha azul ficou mais pobre e bem mais triste, e Érato tem menos um vate a sua disposição para os vagares idílicos de seus versos.
O espaço que esse amigo ocupava estará para sempre vazio. Vai, meu amigo! com a calma a reflexão e o espírito inquisitivo que sempre te acompanhou! Nós ficamos aqui nesta dimensão aguardando o dia que também seguiremos esse caminho que ora se inicia para você. Aos seus familiares, nossos sentimentos.
Jair.